A Autoridade do Canal do Panamá notificou na quarta-feira aos embarcadores que está estendendo até 2 de setembro as restrições para os navios transitarem pela hidrovia e mantendo o número de navios autorizados a passar por dia para um máximo de 32.
As restrições do Canal, implementadas nos últimos meses quando a estação chuvosa no Panamá chegou no final deste ano, podem aumentar a pressão sobre os preços dos bens de consumo, de acordo com empresas marítimas e especialistas, já que atrasos e taxas extras aumentam os custos de envio.
O Canal do Panamá é fundamental para transportar bens de consumo da Ásia para os Estados Unidos, especialmente antes da alta temporada de vendas, como o Natal. Também permite o transporte mais rápido de commodities dos EUA para a Ásia e a costa do Pacífico da América do Sul.
Na quarta-feira, havia um total de 131 navios com e sem reservas fazendo fila para transitar pela hidrovia atingida pela seca, menos do que os 161 navios relatados na semana anterior, segundo estatísticas oficiais.
A redução do gargalo segue-se a mais vagas abertas na semana passada pela Autoridade do Canal para embarcações não reservadas.
Sob as restrições atuais, as embarcações não podem exceder um calado máximo de 44 pés (13,41 metros). O Canal está permitindo apenas 14 reservas diárias para passagem pelas antigas eclusas, utilizadas por navios menores, e 10 trânsitos diários para as novas eclusas maiores.
As embarcações que chegam sem reserva só têm acesso aos restantes oito slots de passagem por dia.
O Canal também está mantendo a suspensão de leilões extraordinários para slots de trânsito em ambas as eclusas até 2 de setembro, disse na notificação.
Em circunstâncias normais, cerca de 36 embarcações no total estão autorizadas a passar pelo Canal por dia nesta época do ano, mas a seca prolongada obrigou a restrições ao uso do canal de navegação e das eclusas.
O Canal do Panamá detém 40% do mercado de contêineres que se deslocam do nordeste da Ásia para a costa leste dos Estados Unidos. Os navios porta-contêineres transportam a maior tonelagem de carga que passa pela hidrovia, seguidos pelos graneleiros e petroleiros que transportam petróleo, gás e produtos químicos.
(Reuters - Reportagem de Elida Moreno e Marianna Parraga; edição de Gary McWilliams)