EUA são incertos sobre detalhes do petroleiro rebocado para o Irã

19 julho 2019
O Tanker riah (Arquivo de Imagem: CREDIT MarineTraffic.com / © Marinko)
O Tanker riah (Arquivo de Imagem: CREDIT MarineTraffic.com / © Marinko)

Autoridades norte-americanas dizem não ter certeza se um petroleiro rebocado para as águas iranianas foi capturado pelo Irã ou resgatado após enfrentar falhas mecânicas, como afirma Teerã, criando um mistério no mar em um momento de alta tensão no Golfo.

O MT Riah desapareceu dos mapas de rastreamento de navios quando seu transponder foi desligado no Estreito de Ormuz em 14 de julho. Sua última posição foi na costa da ilha iraniana de Qeshm, no estreito.

O Irã diz que rebocou um navio em suas águas a partir do estreito depois que o navio emitiu um pedido de socorro. Embora Teerã não tenha mencionado o nome do navio, o Riah é o único navio cujos movimentos registrados parecem corresponder a essa descrição.

Uma autoridade dos EUA, falando sob condição de anonimato, disse que parece que o navio-tanque estava em águas territoriais iranianas, mas não ficou claro se isso ocorreu porque o Irã o apreendeu ou resgatou.

O mistério vem em um momento em que Washington pediu maior segurança para os navios no Golfo.

O Irã ameaçou retaliar pela apreensão britânica de um petroleiro iraniano acusado de violar as sanções à Síria. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, classificou a ação britânica de "pirataria".

Os Estados Unidos também culpam o Irã por ataques a navios-tanque no Golfo desde maio, o que Teerã nega.

Especialistas em transporte marítimo dizem que as sanções dos EUA ao Irã para suspender suas exportações de petróleo levaram a um aumento nos movimentos incomuns de navios-tanque, com o Irã buscando formas secretas de exportar seu petróleo. Cada vez mais, os navios estão desligando os transponders de localização, transferindo o óleo no mar e ocultando suas rotas. O Irã também se tornou mais dependente de uma frota de navios velhos, e alguns tiveram que ser rebocados para reparos de emergência.

Somando-se o enigma do navio desaparecido estava a dificuldade em estabelecer quem o possui, o que nenhum país ou empresa até agora reivindicou publicamente. Os relatórios iniciais descreviam-no como Emirati. No entanto, um oficial dos Emirados disse à Reuters que o petroleiro não era de propriedade nem operado pelos Emirados Árabes Unidos.

O gerente registrado do petroleiro é Prime Tankers nos Emirados Árabes Unidos. A empresa disse à Reuters que vendeu o petroleiro para outra empresa baseada nos Emirados Árabes Unidos, Mouj al-Bahar. Um funcionário da Mouj al-Bahar disse à Reuters que a empresa não era proprietária, mas administrava a embarcação há dois meses, e que agora ela estava sob a administração de uma empresa chamada KRB Petrochem. A Reuters não pôde entrar em contato com a KRB Petrochem para comentar.

Reportagem de Parisa Hafezi, Ghaida Ghantous e Alex Cornwell

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