A Marinha dos Estados Unidos está restabelecendo sua Segunda Frota, responsável pelo norte do Oceano Atlântico, quase sete anos depois de ter sido dissolvida, como o Pentágono coloca contra a Rússia no centro de sua estratégia militar.
"Nossa Estratégia de Defesa Nacional deixa claro que estamos de volta a uma era de grande competição de energia, à medida que o ambiente de segurança continua a se tornar mais desafiador e complexo", disse o chefe do almirante John Richardson.
"Segundo Frota exercerá autoridades operacionais e administrativas sobre os navios atribuídos, aeronaves e forças de desembarque na costa leste e norte do Oceano Atlântico", disse Richardson.
Um oficial da Marinha dos EUA, falando sob condição de anonimato, disse que uma série de decisões, como quem comandaria a Segunda Frota e quais ativos incluiria, ainda não haviam sido feitas e não ficou claro quando a frota estaria operacional.
Em 2011, a frota foi dissolvida por razões de economia de custos e estrutura organizacional.
Desde então, no entanto, a Rússia tornou-se mais assertiva, flexionando seus músculos militares em conflitos como os da Ucrânia e da Síria, e as tensões entre Moscou e Washington aumentaram.
No início deste ano, os militares dos EUA disseram em uma nova estratégia nacional de defesa que a Rússia, juntamente com a China, seria uma prioridade, o mais recente sinal de mudança de prioridades depois de mais de uma década e meia focando na luta contra os militantes islâmicos.
Ao apresentar a nova estratégia, que estabelecerá prioridades para o Pentágono nos próximos anos, o secretário de Defesa, Jim Mattis, chamou a China e a Rússia de “poderes revisionistas” que “buscam criar um mundo consistente com seus modelos autoritários”.
A Rússia aumentou suas patrulhas navais no Mar Báltico, no Atlântico Norte e no Ártico, dizem as autoridades da OTAN, embora o tamanho de sua marinha seja menor agora do que durante a era da Guerra Fria.
Desde que assumiu o cargo no ano passado, o presidente Donald Trump tentou construir laços mais fortes com o presidente russo, Vladimir Putin.
Mas as relações azedaram as alegações de interferência russa na eleição presidencial de 2016, o suposto envenenamento russo de um ex-agente duplo na Grã-Bretanha e o apoio de Putin ao governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, na Síria.
O Pentágono também anunciou na sexta-feira que estava se oferecendo para sediar um proposto Comando Conjunto da Força da OTAN em suas instalações navais em Norfolk, Virgínia.
Foi um dos dois novos comandos da OTAN propostos para dissuadir a Rússia de que os Estados Unidos e a Alemanha se ofereceram para sediar.
(Reportagem de Idrees Ali; Edição de Alistair Bell)