Os marítimos têm o direito de recusar navegar em navios que passam pelo Mar Vermelho num novo acordo industrial à medida que a situação se agrava e mais navios são atacados pelos Houthis do Iémen, alinhados com o Irão, disseram um sindicato e grupos industriais na sexta-feira.
Os Houthis têm atacado navios comerciais com drones e mísseis no Mar Vermelho desde meados de Novembro, no que descrevem como actos de solidariedade com os palestinianos contra Israel na guerra de Gaza.
Os marítimos permanecem na linha de fogo e já assinaram acordos para receberem pagamento duplo ao entrarem em zonas de alto risco.
Em Dezembro, áreas consideradas belicosas e de alto risco foram alargadas à zona sul do Mar Vermelho como parte de acordos negociados entre marítimos e companhias de navegação comercial, conhecidos como Fórum Internacional de Negociação (IBF).
No último acordo da IBF, os marítimos devem avisar sete dias antes de entrar na área e têm o direito de serem repatriados para outro local às custas da companhia de navegação, afirmaram a Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF) e o Grupo de Negociação Conjunta, num comunicado. declaração.
Inclui também remuneração igual a dois meses de salário base.
“A decisão de incluir o direito dos marítimos de recusarem navegar não foi uma medida tomada levianamente, pois poderia impactar negativamente o comércio global, mas a segurança dos marítimos é fundamental”, acrescentou o comunicado.
“Infelizmente, o conflito na região aumentou, com novos ataques a navios comerciais que são cada vez mais sofisticados”.
A ITF, que é a principal organização sindical de marítimos, instou os governos a garantir a libertação de 25 marinheiros detidos pelos Houthis depois que a milícia sequestrou o seu navio, o Galaxy Leader, em 19 de novembro.
Os Houthis prometeram continuar os seus ataques enquanto Israel continuar a cometer “crimes” contra os palestinianos.
Estima-se que cerca de 12% do comércio global passe pelo Mar Vermelho.
(Reuters - Reportagem de Jonathan Saul; edição de Jonathan Oatis)