O construtor naval alemão Luerssen suspendeu a produção de navios de guarda costeira que estava construindo para a Arábia Saudita e colocou um grande número de funcionários em horas curtas, culpando a incerteza sobre se Berlim daria licenças futuras de exportação de armas.
Depois que o jornalista dissidente Jamal Khashoggi foi morto no consulado da Arábia Saudita em Istambul, a chanceler Angela Merkel disse que Berlim não autorizaria mais exportações de armas até que Riyadh explicasse satisfatoriamente sua morte.
A Luerssen, de propriedade privada, foi contratada para construir as embarcações de patrulha costeiras cinco anos atrás, e a construção começou em 2016 no estaleiro Peene.
"Suspender a construção e cortar as horas de trabalho como uma conseqüência direta é um duro golpe para nós", disse o funcionário do estaleiro Harald Jaekel em um comunicado. Quase todos os 300 trabalhadores de Peene seriam afetados, segundo o comunicado.
A incerteza sobre as autorizações futuras tornou impossível o planejamento da produção, acrescentou a empresa, dizendo que a suspensão da produção era a única maneira de minimizar o risco resultante.
A Arábia Saudita faz uma contribuição importante para a indústria de defesa da Alemanha. Até agora, neste ano, cerca de 400 milhões de euros de exportações foram aprovados para o país, tornando-se o segundo maior recebedor de armas alemãs depois da Argélia.
A princípio, Riyadh negou que Khashoggi estivesse morto, antes de finalmente admitir, sob forte pressão internacional, que ele havia sido morto por agentes sauditas.
Reportagem de Thomas Escritt