O líder dos Houthis do Iêmen, Abdul Malik al-Houthi, disse na quinta-feira que as operações do grupo contra navios aumentarão para evitar que navios ligados a Israel passem pelo Oceano Índico em direção ao Cabo da Boa Esperança.
"A nossa principal batalha é impedir que navios ligados ao inimigo israelita atravessem não só o Mar Arábico, o Mar Vermelho e o Golfo de Aden, mas também o Oceano Índico em direcção ao Cabo da Boa Esperança. Este é um passo importante e nós começamos a implementar nossas operações relacionadas a isso", disse al-Houthi em discurso televisionado.
O grupo alinhado ao Irão tem atacado navios no Mar Vermelho e no Golfo de Aden desde Novembro, no que dizem ser uma campanha de solidariedade com os palestinianos durante a guerra de Israel com o Hamas em Gaza.
Cerca de 34 membros Houthi foram mortos desde que o grupo iniciou os ataques, acrescentou al-Houthi.
Meses de ataques Houthi no Mar Vermelho perturbaram o transporte marítimo global, forçando as empresas a redireccionarem-se para viagens mais longas e mais caras em torno da África Austral, e alimentaram receios de que a guerra Israel-Hamas possa alastrar-se e desestabilizar todo o Médio Oriente.
A turbulência da guerra de Israel com o grupo islâmico palestino Hamas repercutiu, em certa medida, em outras partes do Médio Oriente. Além dos ataques Houthi a rotas marítimas vitais, o grupo libanês Hezbollah, apoiado pelo Irão, trocou tiros com Israel ao longo da fronteira Israel-Líbano e milícias iraquianas pró-Irão atacaram bases que acolhem forças dos EUA.
Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha lançaram ataques contra alvos Houthi no Iémen e redesignaram a milícia como um grupo terrorista.
(Reuters - Reportagem de Enas Alashray e Ahmed Tolba; edição de Leslie Adler)