Aldemir Bendine, ex-presidente-executivo da Petroleum Brasileiro SA e do Banco do Brasil, foi declarado culpado na quarta-feira de acusações de corrupção e condenado por um juiz federal a 11 anos de prisão.
O juiz Sergio Moro decidiu que Bendine usou sua posição na Petrobras para levar 3 milhões de reais ($ 924,527) em subornos da empresa de construção Odebrecht.
"O condenado assumiu o cargo de CEO da Petrobras em meio a um escândalo de corrupção e com a expectativa de que ele resolveria problemas", escreveu Moro em sua decisão. "O último comportamento que alguém esperaria dele seria a corrupção, mais uma vez colocando em risco a reputação da empresa".
A equipe jurídica da Bendine não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários. Seus advogados disseram durante todo o julgamento que ele era inocente e que nenhuma empresa recebeu benefícios especiais da Petrobras ou do Banco do Brasil sob sua liderança.
Ele atuou como CEO da Petrobras, como a empresa é conhecida, de 2015 a 2016, e foi trazida para limpar a empresa após seu papel central em um enorme escândalo de corrupção que envolveu políticos e executivos de empresas.
Bendine, que liderou o credor estatal Banco do Brasil de 2009 a 2015, foi cobrado em agosto passado.
Os promotores alegaram que Bendine procurou 17 milhões de reais em subornos quando ele liderou o Banco do Brasil para autorizar a transferência de um empréstimo para a Odebrecht. Odebrecht se recusou a pagá-lo, segundo testemunhos de seus executivos.
Pouco antes de assumir o cargo de chefe da Petrobras, ele exigiu e recebeu o pagamento de 3 milhões de reais da Odebrecht para que ele pudesse receber um tratamento favorável não especificado da Petrobras, afirmou Moro em sua decisão.
($ 1 = 3.2449 reais)
(Reportagem de Ricardo Brito; Relatório adicional de Brad Brooks em São Paulo; Edição por Peter Cooney)