A Eni, maior petrolífera italiana, não planeja abandonar sua joint venture com a russa Rosneft, apesar do aumento das sanções contra a Rússia, disse o chefe da Eni na quarta-feira.
"Certamente não saímos, estamos trabalhando com eles", disse o CEO Claudio Descalzi à margem de uma conferência.
A Eni, um dos maiores importadores de gás russo da Europa, estendeu um acordo de cooperação com a Rosneft no ano passado para explorar o Mar de Barents, na Rússia, e o Mar Negro, e para considerar outras oportunidades juntas.
Mas depois que os Estados Unidos impuseram novas sanções contra a Rússia no início deste mês, especula-se que as empresas que trabalham com a Rosneft possam ter que reconsiderar acordos.
"Precisamos ver por que mais sanções foram impostas e como elas serão aplicadas, mas não é que fechamos relações com a Rosneft, estamos aqui e permaneceremos aqui", disse Descalzi.
Em março, a Exxon Mobil Corp disse que sairia de algumas joint ventures com a Rosneft, citando as sanções ocidentais impostas pela primeira vez em 2014.
No mês passado, uma fonte próxima às operações disse que a Rosneft e a Eni não conseguiram fazer uma descoberta comercial de petróleo no Mar Negro, já que o poço que elas estavam perfurando era seco.
Descalzi, que reconheceu que Eni e Rosneft não encontraram muito no poço do Mar Negro, disse que as duas empresas agora estão olhando para o norte e se movendo para perfurar poços no Mar de Barents, na Rússia.
A Eni compra quase 21 bilhões de metros cúbicos de gás por ano da Rússia, cobrindo 29% do fornecimento de gás à Itália.
"É estratégico para a segurança energética da Itália", disse Descalzi.
(Reportagem de Stephen Jewkes; edição de Adrian Croft)